Moradores bloqueiam trecho da BR-324 em mais um protesto por construção de retorno na rodovia.
Moradores do povoado de Areal, em Amélia Rodrigues, cidade a cerca de 100 quilômetros de Salvador, interditaram as duas faixas de um trecho da BR-324, no sentido Feira de Santana-Salvador, na manhã desta segunda-feira (21). O grupo pediu que seja construído um retorno para facilitar o acesso à localidade.
No dia 14 de março, os manifestantes fizeram um protesto no mesmo local e o trânsito ficou bastante congestionado.
O ato desta segunda-feira foi acompanhado por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que trabalharam para liberar a passagem de ambulâncias e veículos com necessidade de extrema urgência.
A manifestação começou no início da manhã e provocou um longo congestionamento na rodovia. Por volta das 10h o protesto foi dispersado e as pistas foram liberadas.
Os moradores reclamam que, para sair do povoado de Areal em direção ao centro de Amélia Rodrigues, é necessário passar pela cidade de Terra Nova e fazer a conversão. No entanto, esse percurso passa por um pedágio, o que gera despesas e prejuízo para os motoristas.
“Para sair do bairro para o Centro, temos que ir para Terra Nova, que é o retorno mais ou menos seguro. Tem um [retorno] antes do pedágio, mas não envolve segurança nenhuma”, disse Valdeci Nascimento, morador da região.
Para ter acesso à cidade, é necessário seguir pela rodovia por cerca de 15 km, até a altura da cidade de Santo Amaro para poder fazer o retorno. Além de transtorno para motoristas, não há também travessia segura para pedestres.
“Há uma necessidade de ir por diversas vezes ao outro lado da cidade. Do lado de cá não existe banco, hospital, posto de combustível. Estamos com a cidade dividida”, comentou o mecânico Victor Ribeiro, outro morador do Areal.
Projeto para construção
A Via Bahia, concessionária responsável pelo trecho da BR 324, em Amélia Rodrigues, informou que enviou, em 2014, um projeto para a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) referente à construção do retorno na via, solicitado pelos moradores. Segundo a companhia, a última versão enviada ao órgão federal foi em agosto de 2020 e até o momento não houve resposta.
Já o projeto para instalação de um retorno no Km 542, também em Amélia Rodrigues, não foi aprovado pela autarquia federal.
Ainda segundo a Via Bahia, esses pleitos integram o processo de revisão previsto no contrato da concessionária. O documento diz que a cada cinco anos as condições contratadas devem ser reavaliadas considerando as necessidades do sistema rodoviário e adequação à realidade econômica do país.
No caso da concessionária, essas revisões deveriam ter acontecido em 2014 e 2019. No entanto, de acordo com a própria Via Bahia, ainda não foram realizadas pela ANTT. A concessionária diz que aguarda a revisão quinquenal para iniciar as obras e entregar os retornos para os usuários da rodovia.
O órgão de trânsito federal informou que a obra da construção do retorno está contemplada na revisão quinquenal, porém uma decisão da Justiça impede a Agência de prosseguir com esse processo segundo a ANTT, que reavalia a instrução.
A autarquia não informou qual o prazo para o final da reavaliação, nem quando as obras terão início, e disse que trabalha com toda prioridade neste processo, para chegar ao melhor resultado a toda a sociedade e os usuários da rodovia, com a maior brevidade.
G1 BA