Brasileiro fala de abertura de fronteiras da Polônia para refugiados da Ucrânia e alerta sobre viagens: ‘Não venham’.

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Um brasileiro que mora na Polônia falou sobre a situação nas fronteiras do país, que recebe refugiados da Ucrânia desde a quinta-feira (24). Nesta sexta (25), a Rússia está no segundo dia de invasão e ataques a regiões do território ucraniano.

 

Alexandre Dias mora em Varsóvia, capital da Polônia, há 15 anos. Ele, que é gerente administrativo, disse que os brasileiros que também moram no país polonês têm tentado ajudar os compatriotas que moram na Ucrânia, a saírem do país.

“Pessoas que estão perguntando como atravessar da Ucrânia para a Polônia, a gente está tentando orientar de alguma forma, de quais cidades essas pessoas poderiam vir, de quais fronteiras. As fronteiras sim estão abertas parcialmente, mas com o registro, até para que não haja a entrada de pessoas não queridas, digamos assim, no país”.

“Foram abertas outras fronteiras que estavam fechadas também, entre a Ucrânia e a Polônia, para facilitar o acesso dos refugiados. A gente conversa com as pessoas que estão querendo vir passar férias aqui na Polônia, a gente recomenda que não venham”.

 

Segundo o baiano, as principais vias de acesso à Polônia estão congestionadas, por causa da chegada dos refugiados.

“Todas as estradas do norte, de quem vêm da Ucrânia para a Polônia, principalmente nas fronteiras, já estão totalmente engarrafadas. Tem muita gente vindo da Ucrânia para a Polônia, muita gente indo para a Romênia, para a HungriaEslováquia. Um amigo, ontem [quinta, 24], estava vindo do norte para Varsóvia e disse que todas as estradas estavam cheias, os postos de gasolina estavam cheios”.

“É mais ou menos esse o cenário das pessoas que estão refugiadas. A Polônia já antecipou a preparação dos refugiados, e estamos esperando um milhão e 500 mil pessoas. Já tem abrigos disponibilizados”.

 

25 de fevereiro - Um soldado do exército ucraniano inspeciona fragmentos de uma aeronave derrubada em Kiev, Ucrânia — Foto: Vadim Zamirovsky/AP

 

Alexandre conta que apesar da tensão no país vizinho, com os bombardeiros russos, a situação na Polônia é pacífica. Disse que ainda que a chegada dos refugiados mudou alguns hábitos dos poloneses, como consumo nos mercados e postos de gasolina.

“No momento, a situação na Polônia está controlada. As pessoas estão correndo atrás dos postos de gasolina para encher o tanque, os supermercados já estão bastante cheios [de pessoas]. Não posso dizer que estão vazios [de alimentos], mas a frequência de compras está acima do normal. No momento, estamos vivendo normalmente, a vida está normal. Estamos trabalhando, o comércio está funcionando, está tudo controlado”, ponderou.

Recomendações da Embaixada Brasileira

 

A Embaixada do Brasil em Kiev, capital da Ucrâniaencaminhou orientações para quem está no país. A mais recente delas é de que os brasileiros que puderem se deslocar por meios próprios, para outros países, o façam o mais rápido possível, após se informarem sobre a situação de segurança local.

Quem não tiver como sair, deve entrar em contato com a embaixada por um número de emergência. Cerca de 500 brasileiros vivem na Ucrânia, segundo o embaixador do Brasil no leste europeu, Norton de Andrade Mello Rapesta.

G1 BA