Em greve há cinco dias, professores da rede municipal fazem manifestação em três bairros de Salvador e cobram reajuste salarial.
Um grupo de professores da rede municipal de ensino realiza protestos nos bairros de Itapuã, Cajazeiras e Paripe, em Salvador, na manhã desta segunda-feira (23). Os trabalhadores tentam envolver a sociedade e informar motoristas sobre as pautas de reivindicação da categoria em greve desde a última quinta-feira (19).
O ato acontece nas localidades da Sereia de Itapuã, Rótula da Cajazeira 10 (conhecida como Rótula da Feirinha) e na rotatória do bairro de Paripe. Segundo a Superintendência de Trânsito da cidade (Transalvador), o protesto ocorre de maneira pacífica e não provoca interdição nas vias.
Desde março os professores tentam acordo com o município. A insatisfação com o poder público é revelada em faixas com palavras de ordem contra a gestão municipal e panfletos sobre a mobilização.
Os manifestantes estão às margens das vias e, no instante em que o semáforo indica o sinal vermelho, eles entregam o material aos motoristas e passageiros e retornam à calçada em seguida.
Os professores dizem que desde o início da greve, na quinta-feira (19), não houve reunião entre o sindicato e a gestão municipal para tentar um acordo.
A principal reivindicação dos trabalhadores é a equiparação do salário ao piso salarial da categoria, que é de R$ 3.845. Para que isso ocorra, os professores da capital baiana dizem que o reajuste salarial deve ser de 33,24%.
Além disso, os professores pedem a convocação de novos profissionais concursados para preencher o quadro no município. Os trabalhadores querem também alteração no pagamento do auxílio alimentação e a mudança de nível da categoria – que é a valorização de profissionais que passaram por capacitação, pós-graduação, mestrado ou doutorado e, por direito, têm direito à progressão de carreira.
Ao todo, cerca de 163 mil alunos estão sem aulas. São 429 escolas na rede municipal de ensino e 7.600 atuam nas unidades.
A Secretaria Municipal da Educação (SMED) disse que já usa 100% dos recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) para o pagamento dos professores.
Ainda segundo o órgão, o piso salarial da categoria já é atendido, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), e também diz assegurar uma das melhores remunerações do Brasil para os professores da rede pública.
Na última sexta-feira, o prefeito de Salvador, Bruno Reis, disse que a gestão está aberta ao diálogo, mas criticou a paralisação.
“Estou me dispondo a dar um aumento de 6% e também fazer mudanças de níveis, o que vai tornar o reajuste na prática de 11,37%, praticamente o mesmo percentual que o Governo do Estado está dando. Mas eles chegam, sem qualquer paralisação prévia, depois de terem colocado uma proposta na mesa, que eu aceitei, e decidem fazer a greve. Então o que é isso? Política”, explicou Bruno Reis.
G1 BA