Morte de soldados, aulas suspensas e ocupação de bairros: veja o que se sabe sobre o assassinato de policiais na Bahia
Os últimos dias foram marcados por muita violência na região de Cajazeiras e Águas Claras, em Salvador. Três policiais militares foram mortos entre as noites de sábado (7) e domingo (8). Além disso, outro policial foi baleado na mesma região no período. Após os ataques, o policiamento foi reforçado nesses bairros e a Secretaria de Segurança Pública deu início a uma operação de ocupação dos locais.
Três suspeitos de envolvimento nas mortes do militares foram mortos em confronto com a polícia. Além disso, outros dois suspeitos foram baleados e um homem que aguardava atendimento em um hospital no bairro de Cajazeiras foi morto dentro da unidade por homens armados.
De acordo com o boletim da Secretaria de Segurança Pública, entre sábado e segunda-feira, nove pessoas morreram na região de Águas Claras e Cajazeiras, incluindo os três policiais.
Por conta da situação, a Secretaria Municipal de Educação de Salvador suspendeu as aulas em 14 escolas que ficam nas regiões de Águas Claras, Cajazeiras e Fazenda Grande nos dois primeiros dias da semana.
No entanto, a Secretaria da Segurança Pública informou que equipes das polícias Militar e Civil reforçam as ações de segurança na região. A SSP destacou ainda que o comércio e o transporte público funcionam normalmente e que nenhuma ocorrência contra instituições de ensino, que pudesse motivar a paralisação, foi registrada.
A Universidade Federal da Bahia pediu que professores flexibilizem prazos, apresentações e presença para alunos moradores das regiões onde ocorreram os crimes.
1. Quem são as vítimas?
Os três policiais mortos eram soldados. Alexandre de Menezes morreu no sábado. Ele estava serviço e foi atingido após confronto com suspeitos.
No dia seguinte, os soldados Vitor Vieira Ferreira Cruz e Shanderson Lopes Ferreira foram mortos a tiros. Eles retornavam do enterro de Alexandre, quando foram vítimas de disparos de arma de fogo. A dupla estava à paisana.
2. Como os policiais foram mortos?
Alexandre Menezes estava junto com a equipe fazendo rondas na região, quando foram surpreendidos por homens que atiraram na direção da viatura. O soldado foi baleado na cabeça. Ele chegou a ser socorrido para o Hospital Professor Eládio Lasserre (HPEL), na própria viatura, e, em seguida, foi regulado para o Hospital Geral do Estado (HGE), mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
Já os outros dois policiais foram mortos em circunstâncias ainda não divulgadas. Ele voltavam do velório do soldado Alexandre Menezes, na noite de domingo (8). A dupla estava à paisana.
3. Onde ocorreram os crimes?
A morte do soldado Alexandre ocorreu na Rua Ulisses Guimarães, no bairro de Águas Claras. Já a dos dois colegas na Rua Vereador Zezeu Ribeiro, no bairro da Fazenda Grande I. O segundo crime ocorreu a menos de 5 km do local onde o primeiro militar foi morto no sábado.
Os bairros ficam em um ponto considerado estratégico para o tráfico de drogas porque fica perto de duas rodovias, a BR-324 e a BA-528, conhecida como Estrada do Derba. A região também fica nos limites de Salvador, nas proximidades com o município de Simões Filho, e contam com uma extensa área de matagal.
4. Quantas pessoas foram presas
Até a noite desta terça-feira, dois suspeitos foram presos e outros três morreram em confrontos com a PM. Dois confrontos foram registrados na manhã de segunda, no primeiro deles, um homem foi preso e outro após ser socorrido por militares para uma unidade de saúde. O confronto ocorreu na região da Boca da Mata. O segundo confronto foi na localidade de Bolachinha, em Valéria, e também resultou em um preso e um morto.
Na noite de segunda, um novo confronto foi registrado na região da Boca da Mata. Um suspeito foi morto pela polícia. Segundo a PM, nos três casos e nas duas prisões foram encontradas armas e drogas com os suspeitos. Ainda de acordo com a PM, o policiamento na região segue intensificado sem previsão de encerramento da atuação.
5. O que diz o Governo da Bahia?
O comandante-geral da PM, Paulo Coutinho prometeu resposta com efetivo máximo contra o que chamou de ataque contra o estado baiano.
“Todo efetivo da Polícia Militar está envolvido nessa operação por determinação nossa e do governador do estado para que a gente mostre que eles atentaram contra o estado da Bahia e não vamos permitir que isso aconteça”, disse.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, desde o último domingo, uma grande operação de integração das atividades das policiais Militar, Civil e da Superintendência de Inteligência da Secretaria da Segurança Pública (SI/SSP) está em curso.
Departamentos de Homicídios e Proteção e a Pessoa (DHPP), de Inteligência Policial (DIP), de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco), de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP) e de Polícia Metropolitana (DEPOM), SI/SSP e PM têm realizado atividades de campo alinhadas com ações de inteligência. Além de um grande efetivo da Polícia Militar, equipes do DHPP e do Draco realizam atividades investigativas.
O governador da Bahia, Rui Costa, afirmou que autorizou o uso de força máxima da segurança pública para prender os suspeitos dos crimes. Em declaração destinada à tropa de policiais, Rui disse que é preciso agir com força, mas pediu profissionalismo.
“É preciso muito sangue frio e muito profissionalismo na captura desses criminosos e a determinação já foi feita”.
G1 BA