Após protesto, trânsito fica congestionado nas principais vias de Salvador.

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As principais vias de Salvador registraram trânsito congestionado na noite desta quinta-feira (12) por causa do protesto feito durante a tarde pelos ex-funcionários do antigo Consórcio Salvador Norte (CSN).

O protesto começou por volta das 12h, na Avenida Antônio Carlos Magalhães (ACM), em frente ao Shopping da Bahia.

De acordo com a Superintendência de Trânsito do Salvador (Transalvador), a manifestação foi encerrada por volta das 17h45, mas o trânsito seguiu congestionado nas avenidas ACM, Paralela e Tancredo Neves, além dos bairros Imbuí, Costa Azul e Stiep.

Por causa do impacto no trânsito, as estações de metrô Pernambués e Rodoviária ficaram lotadas. Em nota, a CCR Metrô Bahia, responsável pelo serviço, informou que agentes de atendimento e segurança orientaram os clientes.

Protesto

 

Rodoviários da CSN bloqueiam trânsito em protesto em Salvador

Os manifestantes deram gritos de ordem e seguraram faixas com frases como: “queremos nossos direitos”, “cortaram nossa luz”, “estamos endividados” e nossa geladeira está vazia”.

Assim como em outros protestos já realizados na cidade, os trabalhadores, que atuavam no transporte público da capital baiana, cobraram o pagamento de dívidas trabalhistas, como salários atrasados e rescisões. Segundo o grupo, cerca de 800 pessoas são atingidas pelos problemas.

Além disso, eles pediram que os ex-funcionários sejam absorvidos pelas empresas que atualmente operam no sistema de transporte da capital baiana.

A última manifestação do grupo aconteceu no dia 5 de abril. Eles fecharam a saída de ônibus do terminal Acesso Norte.

Entenda o impasse

 

Após o fim da operação da CSN, parte dos profissionais foi admitida pelos dois consórcios em operação na cidade (OTTrans e Plataforma). No entanto, outros não foram contratados, nem receberam os pagamentos que tinham direito.

No fim do ano passado, a prefeitura de Salvador disse que cerca de 1,6 mil rodoviários já haviam sido admitidos pelas companhias e outros estão em cursos de requalificação profissional e treinamentos.

Rodoviários da extinta CSN cobram salários atrasados e rescisões — Foto: Daniel Moura

O problema com a CSN começou em junho de 2020, quando a prefeitura de Salvador decretou a intervenção da empresa, após ser informada pelo Sindicato dos Rodoviários de que a CSN tinha descumprido o acordo coletivo assinado com a categoria, além de atrasar constantemente o adiantamento salarial e o tíquete alimentação.

Já em março de 2021, a empresa teve o contrato rescindido pela prefeitura, após uma auditoria apontar diversas irregularidades na gestão do contrato.

Em julho de 2021 , o Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT5-BA) homologou um acordo firmado entre a prefeitura de Salvador, o Sindicato dos Rodoviários e o Grupo Concessionária Salvador Norte (GCSN), pendente da transferência de R$ 20.637.746 pelo município, para ser efetivado e garantir o pagamento de dívidas trabalhistas.

Rodoviários da CSN voltam a protestar em cobrança por pagamento de dívidas trabalhistas em Salvador — Foto: Reprodução/Redes Sociais

No mês de agosto, o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) emitiu o documento que faltava para que a prefeitura de Salvador liberasse R$ 20 milhões, que seriam usados para pagamentos de indenizações dos trabalhadores demitidos da antiga CSN.

Ainda no mesmo mês, a prefeitura de Salvador realizou o depósito de cerca de R$ 20 milhões, que seriam usados para pagamentos de indenizações dos trabalhadores demitidos da antiga concessionária. Desde então, os trabalhadores seguem em protesto para que os valores sejam pagos a eles.

Entre os diversos protestos realizados pelo grupo de rodoviários demitidos após a extinção da CSN, um deles ocasionou no vandalismo de 42 ônibus, no dia 14 de fevereiro deste ano.

Já no começo de março deste ano a extinta CSN divulgou uma carta aberta aos trabalhadores na qual lamenta os transtornos que a categoria tem passado. A empresa informou que acompanha as mobilizações feitas para eles receberem as verbas trabalhistas devidas e disse que a gestão municipal “tem condições e obrigação” de pagar a rescisão dos ex-funcionários.

Em nota, a gestão municipal repudiou a carta aberta e disse ter quitado o pagamento da sua parte no débito.

G1 BA