Monitor da violência: Bahia registra maior número de mortes violentas no terceiro trimestre de 2022

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A Bahia foi o estado brasileiro que registrou a maior quantidade de mortes violentas no terceiro trimestre de 2022. As informações são do índice nacional de homicídios criado pelo g1, com base nos dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (1º).

 

Entre os meses de julho e setembro deste ano, 1.168 mortes violentas foram contabilizadas, o que aumenta o índice anual no estado para 3.798, o maior do país até agora.

Neste ano, a Bahia ficou em primeiro lugar no ranking dos estados em todos os trimestres, que leva em conta homicídios dolosos, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. Por isso, o estado registrou 2.630 mortes violentas, o maior número do Brasil no primeiro semestre.

Apesar do índice alto, os números são menores do que os de 2021, quando a Bahia registrou 4.252 mortes violentas entre janeiro e setembro, 454 a mais do que os registros de 2022. As reduções aconteceram nos três trimestres deste ano.

Dados na Bahia

 

Veja quantidade de mortes violentas na Bahia em 2022

Homicídio doloso Lesão corporal seguida de morte Latrocínio
Janeiro 390 5 4
Fevereiro 411 4 8
Março 487 5 6
Abril 427 5 8
Maio 452 4 5
Junho 382 7 12
Julho 376 0 4
Agosto 371 5 6
Setembro 395 4 7

O crime mais registrado no estado é o homicídio doloso, com 3.691 casos, seguido de 60 casos de latrocínio e 39 de lesão corporal seguida de morte.

Março foi o mês mais violento no estado, com 498 mortes registradas. Deste número, 487 foram classificados como homicídios dolosos, seis como latrocínio e cinco como lesão corporal seguido de morte.

Já o mês com menos mortes registradas foi julho, com 380 mortes. Delas, 376 foram homicídios dolosos e quatro foram latrocínio. Não foi registrada nenhum caso de lesão corporal seguido de morte no mês.

 

Dados no Brasil

 

O Brasil teve uma queda no número de mortes nos nove primeiros meses de 2022: foram registrados 1.065 mortes a menos do que em 2021. Enquanto no ano passado o país contabilizou 31.252 entre janeiro e dezembro, neste ano o número foi de 30.187.

Além disso, no terceiro trimestre houve redução de 102 mortes.

O levantamento, que compila os dados mês a mês, faz parte do Monitor da Violência, uma parceria do g1 com o Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

O que diz a SSP-BA

 

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA) informou que a Bahia completou, em outubro, 13 meses consecutivos com redução das mortes violentas (homicídio, latrocínio e lesão dolosa seguida de morte).

Afirmou também que de janeiro a novembro de 2022, na comparação com o mesmo período de 2021, os crimes contra a vida recuaram 9% e que ações conjuntas das polícias Militar e Civil são promovidas diariamente para prevenir as mortes violentas.

Sobre o Monitor da Violência, a SSP-BA disse que lamenta a ausência de padronização da metodologia entre os estados, ocasionando classificações distorcidas.

O órgão de segurança afirmou que, na Bahia, em uma chacina com quatro vítimas, a polícia contabiliza quatro mortes e que, nesse mesmo tipo de caso, em outros estados, é computado como apenas uma ocorrência de homicídio.

Outra distorção se dá com a aplicação da tipificação denominada “morte a esclarecer”. A SSP-BA disse que alguns estados apresentam mais mortes a esclarecer do que homicídios.

“A SSP reafirma o seu compromisso em seguir investindo nas forças estaduais com novos concursos, equipamentos tecnológicos, armamentos e cursos, com o objetivo principal de garantir a paz”, disse, em nota.